SEXO

Falar sobre sexo é tão repetitivo como falar sobre amor, paz mundial, sustentabilidade, política e educação, mas mesmo assim, falar sobre sexo sempre gera um furor e um certo constrangimento. Falar sobre, não é falar sobre o que você faz lá com seu parceiro entre as tais famosas 4 paredes, que muitas vezes de paredes não tem nada. Falar sobre sexo deveria estar na cartilha da boa educação, porque não falar é bem pior. É bem pior enquanto somos crianças, pois corremos o risco de esbarrar em descobertas pouco esclarecedores. Não falar na adolescência é horrível, pois declarar é prevenir, mas omitir é despertar. E não falar quando adultos é a verdadeira catástrofe. Vejo casais cheios de fantasias e entusiasmos morrendo calados, morrendo sufocados pela vergonha, pelo julgamento, pela incapacidade de ser íntimo com aquele ou aquela a quem escolheram dizer “SIM”. Quem poderia ser mais íntimo do que aquele que conhece literalmente nosso avesso??? Respondo-lhes, aquele que sabe conversar e nos aceitar mesmo ainda sem conhecer todos os nossos lados, sem conhecer todos os nossos medos, sem conhecer aquele buraquinho na coxa, aquela gostosura de celulite, que nós mulheres cultivamos com carinho porque ela se instalou e criou vida própria. Com aquela que está mais interessada no que escuta do que naquilo que vê. Podemos ser mais íntimos com aquelas pessoas que querem nos descobrir e querem nos ajudar na busca de conhecermos mais nossos desejos e nossas vontades. Sabem aquelas pessoas que passeiam pelo nosso corpo, que estacionam em cada pedacinho, que entendem cada calafrio, cada expressão, cada silêncio embriagado de desejo e paixão, essas pessoas conversam, tenham certeza. Não existe um jeito ideal, uma fórmula, não existe um mapa e a busca nem sempre está na finitude, mas na plenitude. Essas pessoas estão dispostas a não apenas falar sobre sexo, estão dispostas a falar sobre o que te dá prazer, sobre o que te deixa feliz, sobre como foi seu dia, sobre o que ainda não sabem mas querem descobrir. O amor é o alimento da alma, mas o prazer é o alimento da vida, alimento daquele sorriso pela manhã nos dias nublados, daquele piscar de olhos para as estrelas, o amor sozinho é fraternal, o amor desejado, o amor apaixonado, é aquele  amor que vive, QUE VIVE BEM ACOMPANHADO…Rita Lee já cantou e Arnaldo Jabor já escreveu e reiterou.
     “ Amor sem sexo, é amizade. Sexo sem amor, é vontade”. 
Sexo é bom sozinho, acompanhado, atrapalhado, bem planejado, sexo é bom com paredes ou luar, sexo é bom com quem faz amor, com quem faz sexo, mas principalmente com quem faz naquele momento somente com a gente. Seja atrevido, destemido, não deixe seu amor virar amizade, pois as suas vontades podem se tornar um amor.



Escrita dia 07/02/2016 `as 19h58 de um ferido de carnaval!!